Vigiai pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora

XXXII - Domingo do T. Comum
(Mt. 25, 13)

Na primeira leitura deste domingo o rei Salomão nos fala que "a sabedoria é facilmente contemplada por aqueles que a amam" (Sb. 6, 12). De fato, o rei era consciente que a sabedoria de que falava era a Sabedoria Divina, isto é a sabedoria de Deus ou se preferir o próprio Deus. Encontramos no livro dos Provérbios que, a sabedoria é eterna, podemos compará-la ao Filho de Deus (o Messias) que também é eterno, não tem um momento inicial "Desde a eternidade fui estabelecida" (Pr 8,23). Cristo é o Logos, o Verbo, a Sabedoria de Deus. A Sabedoria-Palavra desce, do alto, para o meio de Israel. No meio do silêncio do cosmo, Deus faz ouvir a sua voz, seu Verbo, sua Palavra (Cf. Sb 18,14-16). Ela é reflexo da luz eterna, espelho nítido da atividade de Deus e "imagem de sua bondade": a Sabedoria é imagem de Deus; quem a venera, venera o próprio Deus. Deus se deixa encontrar por aqueles que vos busca, não esconde seu rosto dos seus (Cf. Sb. 6,12). Na verdade, Deus se deixa conhecer, revela o seu rosto aos homens por meio de seu Filho Cristo Jesus.

No salmo que meditamos na liturgia da palavra de hoje (Sl 62[63]), o salmista revela que temos um único Deus, e que o coração dos que amam a Deus desde o amanhecer o busca, "Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água". Buscamos o Senhor por que temos a plena certeza de que Ele é fiel as suas palavras, "se dá a conhecer aos que o desejam" e os socorrem. Somos em Cristo, filhos amados do Senhor! Sabemos que Deus é amor e não permite que nada de mal nos aconteça. É nele que devemos depositar as nossa esperança, "pois tu tens sido o meu auxílio; de júbilo canto à sombra das tuas asas. A minha alma se apega a ti; a tua destra me sustenta. Mas aqueles que procuram a minha vida para a destruírem, irão para as profundezas da terra". A cada dia devemos viver com essa certeza de que, não estamos sós, estamos sob a proteção do Altíssimo, o Senhor dos exércitos, que com Ele não há obstáculo que não possa ser superado.

Na segunda leitura Paulo nos lembra que Cristo Jesus morreu por nossos pecados, mas ressuscitou, está é nossa alegria, a nossa esperança! Nós não podemos ficar tristes "como os outros que não tem esperança" (2 Ts. 4,13). É graças à morte e ressurreição de Cristo que nós fazemos parte da filiação divina e um dia também ressuscitaremos, "Porque, se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também aos que morreram em Cristo, Deus há de leva-los em sua companhia" (2 Ts. 4,14). Nosso coração deve exultar sempre de alegria no Senhor, por que "o sepulcro está vazio! O Senhor Jesus ressuscitou e junto do Pai intercede por todos nós.

No Evangelho desta semana, Cristo nos convida a ter uma vida prudente e de vigilância, preparando-se para a vinda do Senhor. São Mateus nos narra a Parábola das dez virgens. Para melhor entender está parábola é preciso levar em consideração o fato de ela estar em meio ao discurso escatológico em que Cristo fala do fim dos tempos e do Reino dos Céus. "o conteúdo central do Evangelho é o anúncio de que O Reino de Deus está próximo!". É, portanto, o centro do Evangelho e de todo o Novo Testamento. Contudo, Jesus não deu, explicitamente, uma definição precisa do que seria o Reino. Ele sempre fala do Reino em parábolas como a de hoje, para que os seus discípulos compreendam o verdadeiro sentido, isto é, que o Reino de Deus, não é um reino material. Jesus une a pregação do Reino com aquilo que Deus faz com a sua pessoa. O Reino só vem por meio Dele. Não se pode entender o Reino de Deus sem Cristo. Jesus é o revelador e o salvador (pensando no Reino escatológico). É ele quem revela o Reino e também nos salva para reinar com ele. Não pode haver nenhum reino sem Cristo. O Reino é dom de Cristo. Jesus mostra a cooperação humana: Deus é quem faz o Reino, mas os homens devem colaborar, não são os homens, a construírem por si mesmos, mas o Próprio Cristo que faz com que ele (o Reino) aconteça.

O convite que cristo faz no Evangelho é um chamado a conversão, uma preparação para a chegada do Reino "Vigiai pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora" (Mt. 25, 13). Nesta parábola Cristo compara o Reino dos Céus com as dez virgens, "o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco delas eram insensatas, e cinco prudentes.". As virgens prudentes, "levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas" (Mt. 25, 4), são aqueles que estão preparados e prontos para a vinda de Cristo (a hora da morte). Aqueles que são indiferentes a pregação de Jesus e a conversão sincera do coração, são comparados as virgens insensatas "as insensatas, tomando as lâmpadas, não levaram azeite consigo" (Mt. 25, 3).

Por Fim Cristo fala, Vigiai pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora. A vigilância deve ser continua não devemos vacilar uma só hora, pois não se sabe a hora que o Senhor retornará. Quando retornar os que estiverem preparados com a lâmpada nas mãos entrará com Cristo. Já aquele que não se preparou e está com a lâmpada apagada não poderá se juntar ao Noivo (Jesus). "E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o noivo; e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. Depois vieram também as outras virgens, e disseram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta. Ele, porém, respondeu: Em verdade vos digo, não vos conheço" (Mt. 25, 10-12). Com estas palavras Jesus nos mostra que devemos prepara-nos antes que chegue o noivo, por que depois da sua chegada é impossível fazer algo para remediar. Depois que as portas forem fechadas, não há mais nada a fazer. É preciso nos converter e nos arrepender enquanto estamos nesta vida, a caminho, já que depois da morte não haverá mais tempo de ir comprar o azeite, e fechou-se a porta.

Peçamos ao Senhor que Ele venha ao nosso encontro, que nos mostre sua misericórdia e nos ajude a sermos santos. Que nos ensine o que devemos fazer para estar sempre preparados, com as nossas lâmpadas acesas e assim podermos entrar com Ele (o Noivo) no Reino Celeste. Invoquemos também Maria, ela que com sua simplicidade e amor trouxe ao mundo, por meio do seu sim, a luz que não se apaga e que ilumina a todos. Que ela nos mostre sempre a luz de Cristo Jesus, seu amado filho, para iluminar as travas do pecado e da morte. Que Maria, Mãe da Divina Luz, rogue por nós. Amém.

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Seminarista Acival Vidal de Oliveira
Diocese da Estância – SE/Brasil

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